As pessoas que almejam adquirir um bem de valor alto sem ter a quantia de dinheiro à vista, sabem que precisam de planejamento e organização. Nesse prisma, a melhor alternativa de negócio que não compromete tanto o orçamento são os consórcios.
O alto valor de um imóvel ou carro novo, por exemplo, costuma sair muito alto para ser pago à vista. Ao mesmo tempo, parcelar a compra também não costuma ser muito atrativo, principalmente pelos juros embutidos no parcelamento. O consórcio, nesses casos, se apresenta como a forma mais eficiente de fazer um investimento em um bem de alto valor.
O que é consórcio?
Funciona assim: uma administradora reúne pessoas interessadas em comprar um bem comum, seja um carro, imóvel, máquinas, viagens ou outros tipos de serviço, e cada integrante do grupo passa a pagar parcelas em valores combinados e, através da arrecadação mensal dessa quantia, é possível realizar a compra do bem.
Mensalmente, todos os integrantes contribuem com um valor determinado, formando uma espécie de poupança comum a todos. Até o fim do período estipulado em contrato, todos têm acesso à sua carta de crédito e poderão adquirir o bem combinado.
Os consórcios são organizados por empresas, chamadas de administradoras, e o funcionamento delas é fiscalizado pelo Banco Central do Brasil. Mensalmente, a administradora realiza assembleias para definir qual dos participantes poderá receber a carta de crédito (documento que possibilita a compra).
A definição do vencedor é feita por sorteio, mas também pode ser feita por meio de lances, em uma dinâmica semelhante a um leilão, onde quem dá a maior oferta, pode ser contemplado de forma antecipada.
Como é o consórcio na prática?
Cada administradora de consórcio oferece uma gama de produtos ou serviços, o que significa que o cliente pode escolher entre diferentes valores de créditos, parcelas e prazos de pagamento.
Após definir o melhor plano e assinar o contrato, o cliente se torna um consorciado e passa a ser identificado pelo número de sua cota no grupo, iniciando o pagamento de suas parcelas mensais.
O cálculo das parcelas do consórcio é feito dividindo o valor da carta de crédito, do item ou serviço pretendido, pela quantidade de meses de pagamento. Nesse cálculo também entra uma taxa de administração cobrada pela empresa organizadora, bem como um fundo de reserva e, em alguns casos, um seguro.
Ao ser contemplado, o consorciado tem acesso à sua carta de crédito. É importante que o consorciado fique atento aos detalhes do processo após a contemplação, pois ele pode variar de acordo com cada administradora.
Quais as vantagens do consórcio?
O consórcio reúne algumas boas vantagens em comparação aos modelos de financiamento mais tradicionais, tais como:
1 - Não tem juros: é uma das maiores vantagens. A taxa de administração costuma ter um valor bem mais acessível se comparado a outras modalidades de aquisição, e é um modelo mais seguro em comparação a compra à vista, principalmente para quem não quer ficar sem nenhuma reserva financeira.
2 - Não precisa de entrada: é uma vantagem principalmente para quem pretende comprar um imóvel, por exemplo, já que os financiamentos desse tipo exigem um alto valor de entrada para aprovação do crédito.
3 - Incentiva o planejamento financeiro: a educação financeira é muito importante, e o consórcio é uma modalidade bastante flexível nesse sentido, incentivando o cliente a optar por condições que cabem no bolso sem comprometer sua renda mensal.
4 - Favorece a negociação com valor à vista: o valor é pago em parcelamento, mas quando o consorciado é contemplado, a carta de crédito contempla o valor inteiro do bem ou serviço. Com isso, é possível conseguir bons descontos, podendo utilizar o valor excedente para outros custos, como reformas ou na quitação de parcelas restantes do consórcio.
5 - É uma boa opção de investimento: é um tipo de investimento perfeito para quem tem dificuldades em organizar o consumo e reservar uma parte do salário para planos futuros. As parcelas ficam sob a responsabilidade da administradora, funcionando como uma poupança obrigatória.
O que acontece se atrasar o pagamento do consórcio?
Atrasar o pagamento do consórcio pode trazer desconfortos indesejáveis, como o pagamento de juros e multa, normalmente de 1% de juros moratórios ao mês e 2% de multa sobre o valor das mensalidades atrasadas, a inclusão do nome em cadastros de maus pagadores, como o Serasa e o SPC, e a perda do bem dado como garantia, principalmente para consorciados que adquiriram a carta de crédito mas deixaram de arcar com as mensalidades.
Cotistas em atraso também podem ser excluídos dos sorteios das assembleias e, em casos mais graves, expulsos do consórcio.
A melhor solução para quem se encontra em situações como essas é vender a cota. Cotas canceladas ou com parcelas em atraso podem ser vendidas com taxas justas em uma negociação que faça sentido para todos os lados.
A venda de consórcio é vantajosa, por exemplo, para quem quer evitar o cancelamento do consórcio por inadimplência, para usar o dinheiro para outra finalidade mais urgente ou até para antecipar o crédito. Hoje em dia existem opções a respeito de como vender seu consórcio. Isso porque as compradoras de cotas de consórcios costumam oferecer taxas de antecipação atrativas e pagamentos em curto prazo.
Se o cliente tem certeza que a melhor alternativa é de fato a venda da cota, é possível encontrar ótimas ofertas, principalmente no mercado digital, onde encontra-se um segmento que teve um crescimento sólido nos últimos anos.
O processo de venda de consórcio que antes era offline, não-transparente, desorganizado e que envolvia altos custos de transação, agora se tornou um processo 100% online, seguro, simples e rápido, principalmente com o surgimento das fintechs voltadas ao nicho.