O Ministério da Saúde anunciou nesta segunda-feira (10) a redução do período de quarentena para pessoas infectadas com a Covid-19. A partir de agora, o isolamento exigido é de no mínimo sete dias para pacientes imunocompetentes (com capacidade para produzir anticorpos), como os vacinados, que tenham apresentado sintomas leves ou moderados da doença.
A decisão ocorreu horas depois de a Secretaria da Saúde de São Paulo ter feito anúncio semelhante - e do Rio ter adotado regras próprias. Mudanças no período de quarentena já haviam sido adotadas pelos governos dos Estados Unidos e da França.
A regra prevista anteriormente pelo Ministério da Saúde era de 14 dias de isolamento ininterrupto. De acordo com a pasta, foram utilizados como referência os protocolos do Centro de Controle de Doenças Infecciosas (CDC), dos Estados Unidos, e do Sistema Nacional de Saúde (NHS), da Inglaterra. "Agora, estamos nos preparando para ampliar algumas políticas, como a de testagem", disse o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
Mais cedo, o secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, pontuou que é preciso avaliar de forma correta o início dos sintomas. Segundo ele, a transmissão ocorre nos primeiros três dias de sintomas e os prazos estabelecidos são de comum acordo com o ministério.
A redução do período de quarentena para infectados pelo novo coronavírus divide cientistas. Entidades da área de saúde, como a Associação Médica Brasileira (AMB), veem margem para diminuir o isolamento, mas acham um prazo inferior a uma semana arriscado - no Rio são cinco dias para assintomáticos.
De acordo com o especialista da Fundação Oswaldo Cruz Júlio Croda, as decisões dos governos tendem a levar em consideração a perda de força de trabalho pelo isolamento. "Os dados são escassos para tomada de decisão. Não tem dados científicos consistentes", disse ao Estadão. No entanto, o professor informa que 18% dos infectados pela Covid-19 ainda podem transmitir a doença entre o sexto e o nono dia após diagnóstico.