O Rio Grande do Sul deve receber menos vacinas contra a Covid-19 para aplicação na população acima dos 18 anos. Em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (18), o Ministério da Saúde explicou como vai funcionar novo cálculo para a distribuição de doses, com o objetivo de tornar mais homogênea a vacinação nos estados.
Segundo a pasta, a busca por 'equanimidade' tem como foco imunizar todos os brasileiros, acima de 18 anos com a segunda dose, até o fim de outubro. Até o momento, o Brasil tem 24,2% da população totalmente vacinada.
Com a nova fórmula que a pasta pretende para executar a distribuição de vacinas, o Rio Grande do Sul, que é um dos estados brasileiros onde a vacinação está mais avançada, deve receber menos doses daqui para frente. O Estado tem uma população acima dos 18 anos de 8.902.263 de pessoas, número correspondente a 5,63% desse grupo em nível nacional. No entanto, o Estado recebeu uma quantidade para o equivalente a 6,48% dessa fatia, ou seja, acima do necessário.
Segundo Rodrigo Otávio Moreira Cruz, secretário executivo da pasta, a distribuição não foi 'equânime'. "Faltou equilíbrio na distribuição e isso mostrou vários gargalos. Alguns estados receberam mais que outros."
No início da campanha de vacinação, foram selecionados 29 grupos prioritários, número equivalente a 76 milhões de brasileiros. A ideia do governo federal é que os estados recebam doses de maneira mais equilibrada e a aplicação seja mais homogênea. "Não queremos prejudicar os estados, tampouco atrasar a imunização. Mas, sim, deixar a aplicação mais uniforme", explicou Queiroga.
Chegamos à conclusão dessa 'reformulação' após as primeiras etapas de distribuição de vacinas. "Fizemos uma fotografia da situação de aplicação da vacina nos estados, de como estava evoluindoe vimos que a situação não está equânime. Vimos a população acima de 18 anos de cada estado ecomo estava a quantidade de doses distribuídas".
Nova fórmula
A pasta elaborou uma nova 'fórmula', em acordo com Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS) e Conselho Nacional de Assistência Social (CONAS), para explicar o porquê adotou alterações nessa metodologia. Segundo Cruz, pegou-se o total da população de cada estado (com mais de 18 anos) e subtraiu-se a quantidade de doses distribuídas para a primeira dose (D1). Com isso, chegou-se ao número de pessoas acima dos 18 que ainda não recebeu a vacina.
Equilíbrio de aplicação da D1
A ideia é que, até o fim de setembro, todos os estados estejam com a aplicação de primeira dose na mesma proporção. "Houve uma desarmonização na distribuição de doses para os estados. Não foi equilibrada e, com isso, hoje temos um estado vacinando adolescentes e outros ainda na marca de 30 anos, por exemplo".
Segundo Queiroga, entre outubro e setembro a ideia é que mais de 70% dos brasileiros estejam com a primeira dose recebida.
Diminuição no intervalo de vacinas
"Trabalhando com cenário otimista do recebimento de doses, queremos diminuir o intervalo da aplicação de vacinas da Pfizer e Butantan", explica o secretário.
Avanço da vacinação
O ministro enfatizou, ainda, que o ritmo da aplicação da vacina é bom. "Os estudos ainda mostram que precisamos seguir nessa linha para frear a pandemia. Porém os números têm sido um alento. Ultimamente temos atingido uma média de mais de 1,5 milhão de brasileiros vacinados por dia."
Terceira dose
A possibilidade de uma terceira dose também foi pauta da coletiva. Segundo Queiroga, ainda é cedo para falar sobre a necessidade da aplicação de uma terceira dose. "Precisamos de evidências científicas para debater sobre isso."