Os Ministérios da Economia e Relações Exteriores anunciaram nesta sexta-feira (5), a redução em 10% da Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul de aproximadamente 87% dos bens e serviços importados. A redução foi adotada por decisão do Comitê-Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Camex) e é válida até 31 de dezembro de 2022. O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que essa redução vai “ajudar a moderar a inflação no País”.
A pedido da Argentina, ficaram de fora da redução tarifária produtos de regimes especiais, como vestuário, calçados e lácteos, e também alguns veículos e peças automotivas. Na teoria, ficaria mais barato trazer produtos do exterior, o que incluiria os componentes para calçados. No entanto, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), com o alto valor do frete marítimo não há, ainda, um impacto no mercado de componentes.
“O anúncio pegou todos desprevenidos, não esperávamos que fosse tão rápido. Neste momento apenas o Brasil reduziu, os outros países ainda não. Em um cenário pré-pandemia, com tudo normal, talvez isso nos preocupasse mais, mas ainda é muito preliminar. Há dois contextos que nos aliviam. A China não ser um player tão importante, e é nosso principal concorrente, e o preço do frete marítimo que aumentou 6, 7 vezes na pandemia. Desta forma, esta redução ficaria “nula”, isso para nosso setor específico. Mas vamos reavaliar o cenário em dois, três meses”, explica Luiz Ribas, gestor da Inteligência de Mercado da Assintecal.