Um vigarista de 59 anos vem agindo nos vales do Sinos e Paranhana com um combo de crimes. Vende mel falsificado e furta a casa do cliente. Ele foi detido semana passada com 30 quilos do produto adulterado e acabou confessando também que levava objetos dos fregueses. Segundo a Polícia, não havia embasamento legal para prisão em flagrante, pois os furtos investigados são de outros dias e é necessário laudo técnico para confirmar a falsificação. O vendedor ambulante foi liberado.
Leopoldense revelou fórmula, custo e preço
Conforme Caliari, o produto estava no banco traseiro e porta-malas do Corsa cinza. “Ele admitiu a fabricação e nos falou a receita, um composto de água, açúcar, limão e essência de mel.” O preparo é feito na casa do ambulante, no bairro Feitoria, em São Leopoldo. “Ele nos detalhou ainda que tem custo de produção de 60 reais para cada balde de cinco quilos, que comercializava a 100 reais.” As embalagens, algumas com rótulos de outros alimentos, não tinham a mínima especificação técnica, como data de validade. A detenção foi feita por uma equipe da BM de Sapiranga e outra de Gramado.
Perícia podeagravar o indiciamento
De acordo com o delegado, o resultado da perícia pode agravar o indiciamento. “Em princípio é crime contra a economia popular, pela falsificação, acrescida de furto em residência. Porém, se for verificada substância nociva, se torna também crime contra a saúde pública.” As penas somadas podem passar de dez anos só em Três Coroas. O leopoldense é apontado por venda irregular e furtos ainda em Sapiranga, além de investigações em outras cidades. Não há previsão para chegada do laudo.
Investigado vive da farsa há três décadas
O primeiro indiciamento do investigado por venda de mel falsificado, conforme o delegado, ocorreu em 1990. A suspeita é que os furtos também venham de bastante tempo. Vítimas relatam que o vendedor ambulante cativa simpatia, com a oferta de mel puro direto do produtor a preço baixo, e se vale da confiança conquistada, que leva ao descuido dos moradores, para pegar objetos na casa, como celular, carteira e dinheiro.