A greve dos auditores fiscais e analistas tributários da Receita Federal, iniciada em 27 de dezembro de 2021, tem impactado empresas que utilizam os portos aduaneiros para importação e exportação de mercadorias. Com a operação-padrão, conhecida também como "operação-tartaruga" (por deixar o serviço mais lento), o prazo de liberação dos produtos que era feita em até 72 horas tem levado entre 10 e 15 dias. Esta alteração no processo traz consequências também para o consumidor final, já que mexe no processo de produção, venda e entrega de mercadorias.
"Entendemos legítimas as reivindicações, porém novamente quem paga a conta é o empresário e o cidadão brasileiro. Esperamos que logo se tenha uma solução para o caso, pois já temos tantos outros problemas no comércio exterior e isto irá gerar um atraso ainda maior nas importações e exportações brasileiras", afirmou o presidente do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros do Estado (SDAERGS), Marcelo Clark Alves.
O outro lado
Sobre a situação no Porto Seco de Novo Hamburgo, em nota, o Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil, Gastão Figueira Tonding, diz conhecer o problema e lembra que a operação não afeta cargas perecíveis, vivas, medicamentos e mercadorias sensíveis. "Estamos monitorando a situação a fim de não causar prejuízos excessivos aos demandantes dos serviços prestados pela Receita Federal e acompanhando a liberação de cargas que, por sua natureza, requerem agilidade no seu desembaraço. Cabe destacar a importante atuação da Receita Federal no apoio ao combate à Covid-19 ao destinar mercadorias apreendidas para prefeituras, secretarias da Saúde, hospitais, ao firmar parcerias com universidades para transformação de bebidas alcoólicas em álcool em gel e ao adotar soluções inovadoras como o desembaraço em nuvem para tornar ainda mais ágil a liberação de vacinas, medicamentos e materiais para prevenção à pandemia. Procedimento que foi destacado pela empresa Pfizer como caso mundial em agilidade e eficiência."