O calor não tem dado trégua e o nível do Rio dos Sinos segue baixando. Ontem, de acordo com a medição da Agência Nacional de Águas (ANA), estava em 43 centímetros em São Leopoldo, ou seja, 1,57 metro abaixo do normal. Já na régua de captação do Serviço Municipal de Água e Esgotos (Semae), que fica na Avenida Imperatriz Leopoldina, o nível estava em 1 metro ontem, segundo a diretora de operações da autarquia, Viviane Feijó Machado.
Conforme o prefeito Ary Vanazzi, se o rio chegar a 50 centímetros na captação, a cidade passará a ter problemas com o abastecimento. "O novo sistema do Semae capta a água com mais eficiência, o problema é que chegando a este nível, passaremos a captar mais impurezas o que vai exigir mais tempo para fazer o tratamento. Por isso é importante o uso racional da água."
A espera de definições
Enquanto isso, as concessionárias de água da região tentam atualizar o acordo feito anualmente com os arrozeiros e mediado pelo Comitesinos, que no momento está sem comissão. Ontem pela manhã, uma reunião entre representantes do Departamento de Recursos Hídricos e Saneamento do Estado (DRHS), Semae, Comusa, Corsan e Secretaria do Meio Ambiente de São Leopoldo (Semmam), fez com que a renovação do acordo desse um passo a frente. Para fechar em definitivo, porém, ainda é necessária uma resposta da Associação dos Arrozeiros, que segundo o titular da Semmam, Anderson Etter, deve ser anunciada na sexta-feira (14).
"Deliberamos que Semae e Corsan repassarão os níveis na captação para o Departamento de Recursos Hídricos diariamente. Caso haja o acordo com os arrozeiros, o abastecimento humano será priorizado quando o nível chegar em 50 centímetros no Semae e em 120 centímetros na Corsan", explicou Etter que ressaltou também a importância da água para todos.
"Envolve diferentes setores que dão diferentes usos, utilizando o mesmo manancial. A ideia é envolver outros setores como indústria e comércio para compor este acordo, porque neste momento, todos nós estamos sofrendo com as consequências."
Segundo a MetSul Meteorologia, esta seca será uma das maiores no mundo neste ano e trará um prejuízo de bilhões de dólares para o Sul do Brasil, Mato Grosso do Sul, além de Argentina, Uruguai e Paraguai. O pior em relação às altas temperaturas está sendo esperado para a partir de hoje.
Na região metropolitana, porém, os termômetros não devem superar os 40,6 graus feitos em 2014, quando foi registrada a segunda maior marca de calor. Para os próximos dias, conforme a MetSul, a região deverá ter máximas de 40 graus, o que poderá causar desconforto em muitos.
Por isso, a Defesa civil de São Leopoldo alerta para os cuidados básico como manter a hidratação e não se expor ao sol sem protetor solar.