Desempregado há cinco meses, após perder o posto de trabalho em uma pedreira, Luís Eduardo Schwickert, 22 anos, vê no setor calçadista a motivação para voltar ao mercado. Para se sair bem no que espera ser seu novo ofício, ele conta com a expertise do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) em uma oportunidade dada pela Calçados Zenglein, em parceria também com o Sindicato da Indústria do Calçado de Novo Hamburgo (SIC-NH) e Ministério da Cidadania.
O curso Operador de Máquina de Corte e Costura é gratuito e segue até o dia 4 de fevereiro na sede da indústria, em Novo Hamburgo. "Eu nunca tinha feito nada parecido e é muito gratificante entender e colocar em prática tudo o que se aprende aqui. Espero ficar e fazer carreira", comenta Schwickert.
Para Silvana de Paula, 46, fazer o curso do Senai é realizar um sonho antigo. "Eu soube da oportunidade pela rede social. Sempre quis aprender a costurar e com o Senai tem este passo a passo. Não imaginava que atuaria neste setor, mas estou amando cada etapa. Meu sonho é ser uma costureira de excelência."
A atividade profissional tem carga horária de 160 horas e é acompanhada pelo instrutor profissional do Senai Jeferson Castilhos.
"Nehum dos alunos sabia costurar e a maioria nunca tinha entrado em uma fábrica. São perfis e histórias completamente diferentes", diz o instrutor.
E a vivência do grupo é parecida com a dos profissionais. As aulas ocorrem no turno de 8 horas da fábrica, de segunda a sexta. "E não cobramos velocidade, mas a qualidade. Alguns já estão costurando palmilhas. É uma vivência (simulada), inclusive de produção", destaca o instrutor do Senai.
Para o presidente do SIC-NH, Paulo Ricardo da Silva, cursos como este da Zenglein permitem a formação de novos profissionais e para isso, as fábricas precisam olhar para o futuro.
"É uma forma de valorizar as pessoas e o mercado está precisando muito deste trabalho qualificado. A indústria vai ter que pensar diferente e olhar para o futuro. Este curso é uma pequena semente que dá bons resultados. Basta funcionários e empresários acreditarem", ressalta Silva.
A expectativa é de que os alunos se tornem colaboradores efetivos da empresa, que atua desde 1966, fica no bairro São José e é conhecida pela marca Giulia Domna.