O Ministério Público do Rio Grande do Sul concedeu uma coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira (17). Participaram o subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais do MP, Julio César de Melo, e os promotores responsáveis pelo caso, Lucia Helena Calegari e Davi Medina.
"Estamos atentos a qualquer medida, manobra processual que venha a suspender, adiar ou mesmo determinar a cisão do julgamento. Essa tem sido sempre uma preocupação da instituição e dos promotores que atuam no caso. É importante que se diga que queremos o julgamento pelo tribunal do júri na data agendada.”
Melo criticou entrevistas concedidas por réus nos últimos dias a veículos de imprensa, que classificou como narrativas descoladas da realidade que teriam como objetivo transferir a responsabilidade dos réus a terceiros.
“Esse tipo de falácia e de narrativa encontrará no devido momento o necessário confronto com os elementos probatórios e não resistirá a este confronto, mas isso será devidamente explorado no local adequado, que é o tribunal do júri.”
Pedido de prisão de réus
Lúcia Helena Callegari informou que o Ministério Público vai pedir, além da condenação, a prisão dos quatro réus.
“Condenar é pouco. Nós estamos falando de um processo que se arrasta no tempo com pessoas que até agora não sabem o que é responsabilidade, que passaram quatro meses presas e tem que sair desse processo não apenas condenadas, mas o Ministério Público já está dizendo que no julgamento irá pedir a prisão dos quatro.”
O promotor Davi Medina sustentou que, para o MP, os réus cometeram crimes dolosos.
“O processo é demorado porque os réus estão soltos. No Brasil, só anda rápido processo de réu preso. E lá no começo o Ministério Público pediu a prisão. Esse processo já poderia estar terminado se tivéssemos desde o início reconhecido a necessidade de prender essas pessoas”, afirmou.
MP quer mais familiares no julgamento
A promotora Lucia Helena informou que o Ministério Público protocolou um pedido ao governo do Estado para flexibilizar as restrições decorrentes da pandemia durante o julgamento. O objetivo é rever os protocolos para permitir que mais familiares de vítimas acompanhem o julgamento.
O Tribunal de Justiça prevê 86 pessoas no plenário, sendo 50 lugares destinados à associação de familiares das vítimas e outros seis para familiares que não integram a associação, 12 para a imprensa, 16 para os acusados e dois para o Ministério Público.
Serão disponibilizadas ainda outras quatro salas com transmitirão ao vivo o julgamento, com capacidade para 54 lugares. Três auditórios ficarão à disposição dos familiares das vítimas. O quarto espaço será destinado aos parentes dos réus e ao público em geral.