Depois de 15 meses, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS) marcou para 10 de dezembro do julgamento do processo contra a vereadora de São Leopoldo Edite Lisboa, a Cigana (PSB), acusada de compra de votos pelo Ministério Público (MP) nas eleições de 2016. Na primeira instância, o juiz José Antônio Prates Piccoli a absolveu em julho do ano passado. Se os desembargadores a condenarem, como opina o MP, ela pode perder o mandato e ainda ficar inelegível no ano que vem.
Na decisão do ano passado, o juiz entendeu que os depoimentos das testemunhas ouvidas no processo desmentiram a acusação de que eram distribuídos, em setembro de 2016, santinhos de Cigana na Unidade Básica de Saúde Padre Orestes com a promessa de que, em troca do voto, haveria atendimento preferencial. "A suposta 'troca de favores' oferecida pela corré Rozelaine (a outra ré do processo) não só não foi provada, como também não se mostrava possível, de acordo com todos os funcionários do local que foram ouvidos em juízo, os quais, inclusive, indicaram que a consulta marcada, com a distância que o foi, não representa vantagem alguma", escreveu o magistrado.
Entre as razões apontadas para desmistificação da suposta vantagem, o juiz menciona que, segundo as testemunhas, os agendamentos respeitavam a ordem de chegada; a consulta agendada com distância de 15 dias não apresenta preferência; e seria inviável a entrega de santinhos sem que a população reclamasse. "Nenhuma das imputações formuladas na denúncia e no aditamento merece guarida."
Ano passado, o advogado de Cigana, Jader Marques, disse que "a sentença foi prolatada por um Magistrado reconhecido por sua competência, senso de justiça e com larga experiência". Ontem não foi localizado para comentar.
Mandado foi cumprido no dia 21 de setembro de 2016, após denuncia sobre a distribuição do material no posto.