Coletores de lixo pedem vacina para a categoria em protesto na frente da Prefeitura
Categoria enviou ofício ao executivo municipal solicitando a inclusão no grupo prioritário da vacina contra a Covid-19
Por Priscila Carvalho
Publicado em: 23.03.2021 às 09:34Última atualização: 23.03.2021 às 09:49
Trabalhadores da coleta de lixo realizaram protesto pacífico na manhã desta terça (23)
Foto: Priscila Carvalho/GES-Especial
O início da manhã desta terça-feira (23) foi de protesto pela vacina contra a Covid-19 em frente ao Centro Administrativo leopoldense. Em um movimento independente e realizando uma manifestação pacífica, um grupo de coletores de lixo estacionou os caminhões na Rua Bento Gonçalves, no Centro, e levou uma faixa com a frase “Também somos linha de frente! Estamos vulneráveis. Vacina já!. No local, eles permaneceram por cerca de 30 minutos, parando o trânsito de tempos em tempos, por alguns segundos, e liberando logo em seguida. Muitos motoristas buzinavam os veículos e aplaudiam o grupo, em apoio à causa. A Guarda Civil Municipal acompanhou a ação.
Um dos trabalhadores no protesto, que preferiu não se identificar, disse que o grupo enviou um ofício à Prefeitura, com a solicitação de que a categoria, incluindo os profissionais da coleta seletiva e garis, sejam incluídos no grupo prioritário para receber a vacina na cidade. “Estamos fazendo esse pedido pelo fato de estarmos expostos diretamente com o vírus dos infectados que estão na cidade. Todas as pessoas que estão infectadas, estão produzindo lixo e esse lixo está sendo coletado por algum de nós”, colocou, lembrando que cerca de 80 trabalhadores, entre coletores de lixo e motoristas de caminhão atuam na coleta diária de resíduos no município. “Todo mundo tem direito, só que o gari não tem como pegar uma sacola e já passar álcool gel para pegar outra. O serviço é muito ágil e tem contato com as mãos, os braços, a roupa, então, se tiver contato com lixo contaminado, é muito grande a chance de ele ser infectado”, ponderou.
O grupo informou que aguarda a resposta da Prefeitura para os próximos dias e não deve seguir com novos protestos, mas não descarta a possibilidade de greve na coleta conforme a resposta enviada pelo executivo municipal.
O que diz a Prefeitura
Em resposta ao questionamento da reportagem, a administração municipal enviou nota em que diz: “Por conta da escassez de doses enviadas pelo Ministério da Saúde, o plano de vacinação determina que sejam contemplados com a vacina apenas profissionais de saúde. A prefeitura de São Leopoldo desde o final do ano passado luta pelo envio de mais doses e busca, através de consórcios com outros municípios, a aquisição por conta própria dos imunizantes. O município se soma à luta dos trabalhadores. Somente com a aceleração do processo de compra de vacinas será possível atingir grupos profissionais como garis, professores e policiais, que diariamente estão expostos ao vírus”.
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