Um surto de Covid-19 entre os guarda-vidas que atuam na Operação Verão, no Litoral Norte, levou à desativação de 20 guaritas em oito cidades. São elas: Torres, Capão da Canoa, Xangri-lá, Tramandaí, Nova Tramandaí, Cidreira, Pinhal e Quintão. A praia mais afetada foi Pinhal, com cinco pontos sem guarda-vidas.
A decisão de desativar as guaritas temporariamente veio após o afastamento de um grupo nesta semana por suspeita de contaminação por Covid-19. Todos foram testados, e 19 já positivaram para a doença.
De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul (CBMRS), a medida foi necessária devido ao remanejamento de pessoal. Ao todo, atuam 948 guarda-vidas, entre civis e militares. Entre os casos suspeitos, 17 são civis e os outros quatro são militares. Todos foram afastados por um período entre 10 e 14 dias e serão testados novamente antes de voltarem ao trabalho.
Ele explica que, para uma guarita ser desativada, ela precisa não ter registrado nenhum óbito nos últimos três anos e nenhum salvamento nos últimos dois anos. "Temos em cada balneário guaritas que são eleitas para desativação em caso de problemas com o efetivo, incluindo a Covid-19. São levados em consideração o número de ocorrências, prevenções e fluxo de pessoas. Essas guaritas já têm um plano de ativação ou desativação no caso do comprometimento do efetivo", explica Antunes, garantindo que não há prejuízo no atendimento aos banhistas.
O surto de Covid chegou aos guarda-vidas após as festas de réveillon, que levaram milhares de pessoas ao Litoral Norte. Para evitar que ele se alastre, o CBMRS fechou uma parceria com uma empresa privada para aumentar a testagem. Assim, todos os colegas de guarita dos guarda-vidas afastados também foram testados.
Segundo o CBMRS todos os profissionais afastados estão bem e apresentam apenas sintomas leves da doença, quadro que o tenente coronel Antunes atribuiu ao fato de todos já estarem imunizados contra a doença. “Todo nosso efetivo está vacinado, com três doses, para vir ele foi obrigado a se vacinar”, afirma.
Na beira-mar, nenhum dos guarda-vidas é visto utilizando máscaras, decisão que foi tomada porque, segundo Antunes, o equipamento atrapalhava o trabalho. “A utilização de máscara se comprovou não ser eficaz, por perder ela com frequência até por ter que entrar constantemente no mar.”
Mas mesmo dentro de ambientes fechados, como nas bases do CBMRS à beira-mar, os profissionais são vistos sem máscara. De acordo com Antunes, isso acontece por se tratar de um local de uso exclusivo dos guarda-vidas e com áreas arejadas.