A ONU estima que, em 2019, o mundo possuía 272 milhões de migrantes internacionais. De 2011 a 2019, aproximadamente 1 milhão de imigrantes estrangeiros foram registrados no Brasil, sendo que destes 660 mil solicitaram permanência por período superior a um ano. O Inep informa que na última década foram realizadas 108 mil matrículas na educação básica. A presença de estrangeiros de diferentes nacionalidades em nossa região é perceptível e muito desafiadora.
O Departamento de Economia e Estatística (DEE) do Rio Grande do Sul verificou a presença de 50.156 pessoas de outra nacionalidade vivendo atualmente no Estado, alocados em 464 dos 497 municípios do Estado. Estimamos que na região da 2ª CRE, São Leopoldo e municípios vizinhos, exista cerca de mil estudantes matriculados na educação básica pública. 29 dos 38 municípios informam a existência de estudantes estrangeiros, com predomínio de haitianos, venezuelanos e argentinos, com maior concentração em Novo Hamburgo e São Leopoldo, mas também presença marcante em outros.
Neste mês, iniciamos um estudo na Unisinos com o objetivo de analisar a experiência escolar e sociocultural dos estudantes estrangeiros. Pretendemos compreender esse cenário global e auxiliar as administrações municipais e regionais a desenharem estratégias inclusivas e acolhedoras para esse público. Defendemos que uma das principais pautas da educação escolar pós-pandemia é o acolhimento. A escola precisa ser laboratório para novas formas de acolhimento, solidariedade e cooperação, assim como a sociedade inteira.